Resumen:
Esta dissertação tem como objetivo mapear, descrever e problematizar os sentidos produzidos sobre a relação entre escola e violência na formação de estudantes LGBTQIA+ no contexto da produção acadêmica educacional, no período de 2009 a 2019. A investigação apoia-se em quatro campos de estudos: Estudos em Docência, Estudos de Gênero e Estudos Culturais, em articulação com a perspectiva pós-estruturalista. A partir da realização de uma metapesquisa, analisa-se um conjunto de 16 estudos e identifica-se que, no contexto destas pesquisas concluídas, noções concorrem para uma certa naturalização das violências ao abordar a formação de estudantes LGBTQIA+ na escola. A partir da descrição dessa certa naturalização produzida no contexto das pesquisas, problematiza-se as violências escolares em duas dimensões. (I) Os trabalhos estudados discutem que os professores e as professoras das escolas não se preparam para as temáticas de enfrentamento as violências, acabando por reforçá-las. (II) Numa segunda dimensão, os trabalhos analisados produzem um sentido de formação docente igualada a um elemento capaz de evitar inequivocamente tais violências. Dessa forma, ao mapear a violência na escola, a produção de conhecimento examinada parece justamente reforçar a relação entre escola e violência de gênero que objetiva problematizar, o que aqui na dissertação chama-se de “equação da violência na escola”, na aproximação com a linguagem de um pensamento aritmético. Conclui-se que a produção científica analisada questiona as violências direcionadas aos/às estudantes LGBTQIA+, mencionando a formação docente para opor-se à própria ideia de violência e, do modo como o faz, acaba por imprimir à formação docente um sentido salvacionista frente às violências de gênero.