Resumo:
Ao indicar a experiência concreta como fonte de conhecimento para o preparo do jurista brasileiro no cumprimento de seu importante papel em uma sociedade em transformação, o objetivo aqui proposto é abordar o ato de conhecer, em sua essência e autenticidade, como importante ferramenta para endereçar os desafios causados pelos avanços tecnológicos, em especial pelo uso massivo da inteligência artificial, nas primeiras décadas do século XXI. O foco é dado aos jovens estudantes de Direito pertencentes à Geração Z, a partir da concepção de Luciano Floridi, por estar neles o potencial realizador das mudanças necessárias em uma realidade em que online e offline já não mais se distinguem e a informação, ou os dados, são a nova potência generativa da realidade. Neste contexto, o aprendizado teórico, indispensável, necessita estar acompanhado da experiência concreta, isto é, do aprendizado vivencial, para que as respostas aos desafios referidos conversem de forma consistente com a realidade imediata e tragam resoluções éticas e responsáveis. A forma proposta para fazê-lo é a metodologia da problematização e, com isto, o problema desta pesquisa consiste em identificar: em que medida a referida metodologia estimula o estudante a conectar-se com a realidade para o aprimoramento de si mesmo, rumo à identificação da resposta jurídica mais funcional a cada circunstância que lhe for apresentada? Como metodologia, utiliza-se a revisão bibliográfica e a análise de ambientes em que o aprendizado ocorre a partir da experiência contextualizada. Conclui-se que, em uma realidade sem precedentes e com desafios ainda desconhecidos, a teoria se apresenta como instrumento válido, desde que complementada pela experiência in loco, isto é, pela percepção que se tem a partir da vivência direta da situação em que a questão a ser resolvida se apresenta. Assim, o conhecimento acontece a partir do concreto, da realidade como se manifesta, e o futuro jurista, atual estudante de Direito, captando-a em si mesmo, passa a ter condições de aprender, a partir da própria vivência, a encontrar as respostas que equilibrem inovação, ética e responsabilidade, tão necessárias, em conjunto, para o século XXI.