Resumen:
Esta dissertação apresenta a memória audiovisual publicitária brasileira presente nas práticas de criação de conteúdo pelos chamados YouTubers. Ao longo de nossa investigação, realizamos uma exploração na plataforma YouTube, buscando compreender como a memória audiovisual publicitária brasileira, inicialmente produzida para a televisão, é exposta no contexto das práticas de produção de conteúdo pelos YouTubers. Para isso, elegemos dois canais como observáveis que utilizam o tema da memória audiovisual como conteúdo principal, o Canal 90 e o Arquivos 1000. Inicialmente fizemos uma contextualização sobre a trajetória da plataforma YouTube, desde a sua criação, explorando suas características e suas interações com os usuários, a publicidade e a cultura tecnológica contemporânea. A partir dessa contextualização, avançamos em direção à problemática central, analisando empiricamente nossos observáveis e estabelecendo conexões com as modalidades de armazenamento de conteúdo audiovisual. Nesse percurso, conduzimos escavações online, inspirados pela perspectiva da chamada arqueologia das mídias, para encontrar alguns elementos que compõem e caracterizam estas práticas de memória audiovisual. Durante nossa investigação, focamos nas remidiações desses conteúdos, com ênfase nas práticas dos YouTubers. Surgiram reflexões pertinentes sobre a presença e as práticas desses criadores dentro da plataforma. Além disso, identificamos importantes mudanças ocorridas nessas práticas ao longo do período analisado. Nesse processo, fundamentamos nossas reflexões a partir das contribuições de autores como Georges Didi-Huberman (2006), Gustavo Fischer (2012), Lev Manovich (2001), Jay David Bolter e Richard Grusin (1999), Walter Benjamin (2006), Henri Bergson (2006) e Crystal Abdin (2018). Essa contextualização teórica permitiu-nos identificar como alguns YouTubers, por meio de seus canais na plataforma, fazem uso da memória audiovisual publicitária de maneira estratégica, criando uma variedade de conteúdos com abordagens distintas.