Resumo:
Este trabalho busca investigar o que compreendemos enquanto dinâmicas comunicativas na autoapresentação de adolescentes beneficiários de um projeto social de uma organização não-governamental da zona sul paulistana (Vocação) a partir de suas compreensões e ideações sobre intimidade, privacidade e visibilidade, valendo-se da performance como eixo analítico e tensionamento teórico. Como conceitos operativos buscamos nos apropriar de debates fundantes sobre identidade, intimidade e também à performance, além de suas vinculações e atravessamentos à hodiernidade, considerando os espaços digitais e as especificidades das ambiências plataformizadas, junto a todas as suas tensões e contradições infraestruturais e materiais. Para chegar aos objetivos almejados, buscamos na perspectiva transmetodológica, uma maneira de mesclar métodos, produzindo artesanalmente um modo de perceber e vislumbrar o fenômeno a partir de: 1) questionários online, 2) entrevistas semi-estruturadas e
3) inspirações etnográficas, os quais consideramos compreender sob nomenclaturas particulares; sentidas e percebidas a partir das processualidades deste trabalho. Notamos, nos usos e apropriações de seis adolescentes, que os consumos são idiossincráticos mesmo quando correlacionados do ponto de vista prático; nota-se que: 1) há uma preocupação crescente em dimensões laborais de/na construção e performance de si nas plataformas, 2) que a visibilidade é gerenciada e altamente refletida, 3) que os/as sujeitos/as se apropriam das funcionalidades para obter mais controle sobre quem pode ver o que eles publicizam e 4) que podemos ler as performances a partir de ritualidades das ações como privações de conta, ocultamentos de publicação, criação de novos perfis e mesmo na utilização de affordances propostas pela plataforma.