Resumo:
Nesta pesquisa investigou-se o sofrimento psicológico, a influência da família e da
universidade e o uso de álcool, tabaco, maconha pela população universitária através de
dois estudos. No Estudo I observou-se que o grupo que faz uso de álcool, tabaco e maconha quando comparado ao grupo que não faz, apresentou diferença significativa no
que se refere aos níveis dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Realizou-se uma análise de regressão binária que apontou que o uso de medicação psiquiátrica e níveis elevados de estresse, predizem o uso de substâncias. Ao analisar as características do grupo de usuários observou-se que não houve associação significativa entre usar álcool e ter sintomas de depressão, ansiedade e estresse, porém, o uso de tabaco e maconha apresentou associação significativa com o desenvolvimento de sintomas de ansiedade e depressão e ainda o uso de maconha apresentou associação significativa com estresse. A fim de compreender melhor alguns dados quantitativos obtidos no Estudo I, realizou-se um segundo estudo de caráter qualitativo. O estudo II explorou a influência da família e da universidade no desenvolvimento e manutenção do sofrimento psicológico e no uso de álcool, tabaco e maconha pelos universitários. Observou-se que o uso de substâncias e o desenvolvimento dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse acontece anteriormente à entrada na universidade, mas que ao iniciar a vida acadêmica há aumento tanto do consumo de substâncias quanto dos sintomas. Esta dissertação corrobora com achados na literatura de que cada vez mais a população jovem tem apresentado sofrimento psicológico precoce e vem fazendo uso de estratégias nocivas, como uso de substâncias, que lhes foram apresentadas no contexto familiar, como forma de amenizar suas emoções e sentimentos. Para além, aponta que é de extrema importância pensar e desenvolver estratégias e intervenções que auxiliem na manutenção e promoção da saúde mental dos universitários, a fim de tornar a academia um espaço seguro e de acolhimento, onde possam encontrar rede de apoio sempre que necessário, que não potencialize os sintomas emocionais e comportamentos insalubres já existentes, mas que promova um ambiente de aprendizado saudável, auxiliando os universitários a desenvolverem seu potencial tanto acadêmico quanto pessoal.