Resumen:
Esta tese analisou os processos, os objetivos, os meios e os resultados das ações de
evangelização dos capuchinhos lombardos entre os indígenas no Maranhão. Para isso tomamos a trajetória de Frei Lourenço de Alcântara, como uma via de acesso para compreensão de questões mais amplas envolvendo o Estado, a Igreja Católica, a Missão Capuchinha e as sociedades indígenas no Maranhão nas primeiras décadas do século XX. A justificativa da temática parte de experiências no Grupo de Pesquisa em História das Instituições, Práticas Educativas e Sujeitos Históricos, do Curso de Pedagogia, do Centro de Ciências de Imperatriz (CCIM) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e no Projeto de Formação Continuada de Professores Indígenas Krikati (2007) da Faculdade de Educação Santa Terezinha (FEST), os quais nos conduziram a investigar a atuação de Frei Lourenço de Alcântara junto aos indígenas. O objeto do estudo foi a trajetória de Frei Lourenço de Alcântara que ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap) e direcionou seu trabalho aos indígenas. Elegemos como recorte temporal da pesquisa o período de 1910-1935. Destarte, expomos a tese de que a evangelização dos indígenas do alto sertão maranhense aconteceu por meio de um processo educativo – ação catequética-pedagógica –, por exemplo, através das “missões volantes” ou “desobrigas”, uma das finalidades dos Capuchinhos. Tomamos como fundamentação teórica os trabalhos de Nembro (1955), Iriarte (1985), Oliveira (1988; 2016), Ginzburg (1989), Gianellini (1993), Amoroso (1998; 2014), Zagonel (2001), Azzi (2008; 1992), Fragoso (2008), Miceli (2009), Farge (2009), Carvalho (2017), Sousa (2022), dentre outros. Realizamos pesquisa em fontes primárias nos livros de Tombo das paróquias de Barra do Corda, Grajaú, Carolina e Imperatriz, relatórios escritos, cartas, ofícios ao governo, documentos oficiais da Ordem, relatos das “desobrigas” e crônicas escritas pelos capuchinhos encontradas no arquivo particular do Convento de Nossa Senhora do Carmo em São Luís – Maranhão, assim como, em jornais da época da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Os resultados da pesquisa assinalam o
protagonismo de Frei Lourenço de Alcântara em sua “trajetória incomum” tanto na vida
pessoal, quanto na formação acadêmica fora do Brasil; seu ingresso na Ordem, nos lugares em que atuou no trabalho missionário de evangelização pela ação catequética-pedagógica, com indígenas, fortalecendo as experiências do apostolado no alto sertão maranhense, como parte da Missão Capuchinha.