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Estresse de minoria, sintomas emocionais e violência entre parceiros íntimos em pessoas LGBT no contexto brasileiro

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Autor Gaspodini, Icaro Bonamigo;
Lattes do autor http://lattes.cnpq.br/2406900681228806;
Orientador Falcke, Denise;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/6812007302468537;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Sigla da instituição Unisinos;
País da instituição Brasil;
Instituto/Departamento Escola de Saúde;
Idioma pt_BR;
Título Estresse de minoria, sintomas emocionais e violência entre parceiros íntimos em pessoas LGBT no contexto brasileiro;
Resumo Nas últimas décadas, há um crescente interesse de psicólogos/as em estudar os efeitos de um ambiente discriminatório na saúde mental e na qualidade dos relacionamentos de minorias sexuais e de gênero. Nesta tese, o objetivo geral foi investigar como o estresse de minoria se relaciona com sintomas de depressão, ansiedade, estresse e violência entre parceiros íntimos (VPI) em pessoas LGBT no Brasil. Três estudos foram realizados. No Artigo I, comparou-se tipos de VPI e sintomas emocionais entre pessoas LGBT e investigou-se relações com variáveis sociodemográficas em 315 participantes de 18 a 62 anos de idade (M = 28,46; DP = 8,31). Os instrumentos foram questões sociodemográficas e sobre relacionamentos íntimos, além da Revised Conflict Tactics Scales (CTS2) e a Depression, Anxiety, and Stress Scale (DASS-21). Os tipos de VPI mais frequentes foram a psicológica cometida (72,1%) e sofrida (71,4%) e a física sofrida (24,8%). O sintoma emocional mais prevalente foi o de estresse. Diferenças de grupos mostram desigualdades relacionadas a marcadores sociais e características socioeconômicas. No Artigo II, realizou-se a tradução, adaptação e evidências de validade da The LGBT Stress Measure (Outland, 2016), resultando na Escala de Estresse de Minoria LGBT (EEM-LGBT), com 24 itens, capaz de discriminar estressores distais e proximais de minoria: (1) eventos de discriminação; (2) eventos de vitimização; (3) microagressões; (4) ocultação da identidade; (5) expectativa de rejeição; (6) estigma internalizado; (7) conexão com a comunidade. Uma análise fatorial realizada com 448 participantes apresentou bons índices de ajuste para o modelo de sete fatores (χ2/gl = 2,21; CFI = 0,92; RMSEA [90% IC] = 0,05; GFI = 0,91; AGFI = 0,88; TLI = 0,91; SRMR = 0,06). A validade de critério da escala foi confirmada por correlações estatisticamente significativas com as medidas do Protocolo de Avaliação de Estresse de Minoria (PEM-LGB-BR; Costa et al., 2020) e o índice de confiabilidade da escala foi considerado bom (α = 0,83). No Artigo III, avaliou-se a melhor combinação de estressores de minoria para explicar a ocorrência de VPI e sintomas emocionais. Os instrumentos utilizados foram a EEM-LGBT, a CTS2 e a DASS-21. Embora as correlações significativas tenham apresentado efeitos muito baixos e não tenha sido possível traçar modelos explicativos com tipos de VPI como desfecho, foi possível identificar as variáveis que melhor explicaram a ocorrência dos sintomas emocionais. O modelo com maior poder de predição indica a combinação de um estressor distal (experiências de vitimização), dois estressores proximais (estigma internalizado e expectativa de rejeição), menor conexão com a comunidade LGBT, menor renda e menor escolaridade. É plausível concluir que um ambiente discriminatório seja responsável por desfechos negativos na saúde das pessoas LGBT e de seus relacionamentos por meio da interrelação entre estressores de minoria e marcadores sociais da diferença. Os estressores distais, motivados pelo status de inferioridade conferido a um indivíduo, gera os estressores proximais, que são processos motivados pela identidade de minoria. Os marcadores sociais interseccionados podem representar diferentes configurações de apoio social, principalmente a conexão com a própria comunidade LGBT. Impedir, prevenir e intervir contra a produção de estressores distais e proximais pode ser uma saída para melhorar os determinantes sociais de saúde das pessoas LGBT, bem como a qualidade dos relacionamentos íntimos dessa população.;
Abstract In the last decades, psychologists have been progressively interested in studying the effects of a discriminatory environment on mental health and relationship quality of sexual and gender minorities. The objective of this thesis was to investigate how minority stress is related to symptoms of depression, anxiety, and stress, and intimate partner violence (IPV) in Brazil. In Article I, we compared types of IPV and emotional symptoms among LGBT people and investigated relations with sociodemographic variables in 315 participants ranging from 18 to 62 years old (M = 28,46; SP = 8,31). Instruments were sociodemographic and intimate relationship questions, as well the Revised Conflict Tactics Scales (CTS2) and the Depression, Anxiety, and Stress Scale (DASS-21). The most frequent IPV type was psychological both when suffered (72,1%) and perpetrated (71,4%), followed by physical (24,8%). The most prevalent symptom was stress. Group differences show inequalities related to social markers and socioeconomic characteristics. In Article II, we translated and adapted The LGBT Stress Measure (Outland, 2016) for the Brazilian context. The resulting instrument was called Escala de Estresse de Minoria LGBT (EEM-LGBT) and it is composed of 24 items distributed into seven dimensions, as the original scale: (1) discrimination events; (2) victimization events; (3) microaggressions; (4) identity concealment; (5) rejection anticipation; (6) internalized stigma; (7) community connectedness. A factor analysis with the answers of 448 participants ranging from 18 to 62 years old (M = 27,3; SD = 7,9; Mdn = 25) showed good fit indexes for the model of seven factors (χ2/gl = 2,21; CFI = 0,92; RMSEA [90% CI] = 0,05; GFI = 0,91; AGFI = 0,88; TLI = 0,91; SRMR = 0,06). Criterium validity was established with correlations with measures from Protocolo de Avaliação de Estresse de Minoria (PEM-LGB-BR; Costa et al., 2020). In Article III, the objective was to investigate the best combination of minority stressors to explain the occurrence of intimate partner violence (IPV) and depression, anxiety, and stress symptoms. Instruments were: EEM-LGBT, CTS2, and DASS-21. Although significant correlations were considered too low and we were not able to attend statistical requirements to predict IPV as outcome, it was possible to identify the combination of variables that best explained the occurrence of emotional symptoms: internalized stigma, rejection anticipation, victimization experiences, low community connectedness, income and schooling. We conclude that proximal minority stressors, caused by distal stressors, intertwine with social markers of difference to explain different mental health outcomes in this population.;
Palavras-chave Saúde das minorias; Minorias sexuais e de gênero; Violência por parceiro íntimo; Preconceito; Interseccionalidade; Minority health; Sexual and gender minorities; Intimate partner violence; Prejudice; Intersectionality;
Área(s) do conhecimento ACCNPQ::Ciências Humanas::Psicologia;
Tipo Tese;
Data de defesa 2021-02-19;
Agência de fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
Direitos de acesso openAccess;
URI http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12874;
Programa Programa de Pós-Graduação em Psicologia;


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