Resumen:
Entre os contaminantes em destaque pelos potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde, o bisfenol-A (BPA) é um dos contaminantes de grande importância por estar presente em nosso dia a dia, por ser um plastificante, e desregular o sistema endócrino dos seres vivos. A detecção deste nos mananciais é uma consequência do fato de que as Estações de Tratamento de Efluentes nacionais não são projetadas para remoção deste tipo de poluente e isto justifica o estudo de tecnologias de tratamento. Neste sentido, a adsorção é uma técnica que vem sendo aplicada para este fim. Com isso, o objetivo do presente trabalho é avaliar a eficiência do biossorvente feito a partir da casca de banana (CB) na remoção bisfenol-A (BPA) presente em efluente sintético. Os adsorventes CB e carvão ativado (CA) foram caracterizados quanto a: teor de umidade, teor de cinzas, análise granulométrica, grupos funcionais, ponto de carga zero, pH, condutividade elétrica, massa específica real, capacidade de hidratação, análise elementar por FRX, MEV e Área superficial BET. Os ensaios de adsorção foram realizados variando-se a quantidade de adsorvente, a influência do tempo de contato e a influência da concentração inicial de adsorvato. Os dados obtidos foram ajustados a modelos de cinética de adsorção (pseudo-primeira ordem e pseudo segunda ordem) e modelos de isotermas de adsorção (Langmuir e Freundlich). Os resultados de remoção de bisfenol-A no tempo ótimo para o CB nos três ensaios de adsorção, foram, respectivamente: 66,23 ± 2,06%, 77,98 ± 2,06% e 75,91 ± 0,86%. Os resultados de caracterização dos adsorventes apresentaram-se semelhantes e a maioria mostra-se compatível com o encontrado na literatura para outros estudos. Os resultados utilizados para avaliação da cinética de adsorção foram ajustados satisfatoriamente aos dois modelos testados, mas o que melhor se ajustou foi o modelo de pseudo-primeira ordem. Os modelos de cinética foram ajustados utilizando-se regressão linear e regressão não linear para comparação das funções de erros destes dois modos. Os resultados sugerem que a regressão não linear teve os menores valores de função de erro em comparação com a linear. Os resultados utilizados para avaliação das isotermas de adsorção foram ajustados satisfatoriamente aos dois modelos testados, mas o que melhor se ajustou foi o de Freundlich. Por fim, conclui-se que o adsorvente a partir da casca de banana tem grande potencial de utilização como adsorvente alternativo e que há poucos estudos relacionando este tipo de adsorvente visando a remoção do bisfenol-A. Assim, mostra-se necessário a continuidade deste estudo buscando o aperfeiçoamento do mesmo.