Resumo:
As Instituições de Ensino Superior (IES) possuem uma função relevante na educação da comunidade acadêmica e, também, da sociedade à qual estão inseridas. À medida que os conceitos de sustentabilidade surgiram, muitas Universidades iniciaram também sua jornada no desenvolvimento sustentável, gerenciando ambiental, social e economicamente suas instituições. Para monitorar e mensurar os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) das instituições, existem diversas ferramentas e métricas, dentre elas, as certificações, que passam por processos de auditoria; e existem modelos desenvolvidos com o objetivo de medir a sustentabilidade, levando em consideração as particularidades da universidade e sua gestão ambiental. Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho foi de desenvolver e aplicar um modelo de sustentabilidade, partindo dos dados existentes do SGA de uma instituição de ensino superior brasileira, certificada ISO 14001, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Utilizou-se os dois campi da universidade (Unisinos São Leopoldo e Unisinos Porto Alegre), como estudo de caso para a adoção do modelo. Metodologicamente, utilizou-se de quatro etapas para atingir o objetivo principal: 1) análise de indicadores do SGA UNISINOS (ambiental, social e econômico) desde a concepção (São Leopoldo – 2004; Porto Alegre - 2019); 2) aplicação de um questionário online à comunidade acadêmica; 3) desenvolvimento do modelo com seus parâmetros e pontuações (empregando dados de 2017 a 2022); 4) comparação entre os campi e análise crítica da sustentabilidade da Unisinos (baseado nas etapas anteriores). A etapa de análise de indicadores mostrou que o SGA UNISINOS vem aplicando o monitoramento mensal e trabalhando em melhorias no seu sistema, incluindo a educação ambiental da comunidade acadêmica. No questionário online, o retorno da comunidade apontou principalmente para o bom desenvolvimento da gestão ambiental da Universidade, além de indicar a preocupação com a conscientização ambiental e com a existência de indicadores ambientais. No
desenvolvimento do modelo pode-se observar que a Unisinos São Leopoldo, que possui o SGA há mais tempo, evoluiu em torno de 33 pontos, de 2017 a 2022, na escala de sustentabilidade criada, passando de ‘Sustentável nível médio’ para ‘Sustentável’ na avaliação do modelo. E a Unisinos Porto Alegre, com SGA mais recente, ainda possui muitas flutuações entre os anos estudados (2019-2022), cerca de 39 pontos de diferença na escala de sustentabilidade de 2019 a 2022, com avaliação de ‘Sustentável nível médio’ no último ano avaliado, necessitando de maior atenção e tempo de monitoramento para ser avaliada de forma íntegra, mas apesar disso, tem mostrado bons resultados nos indicadores ambientais, por exemplo. O período de pandemia de COVID-19 trouxe muitas incertezas para o mundo e, em consequência, para o desenvolvimento sustentável, que foi amplamente prejudicado, já que a atenção estava voltada principalmente à saúde da população e sobrevivência, pausando o desenvolvimento de diversos setores, como o econômico e ambiental. A Unisinos também sofreu com este acontecimento e observou-se retrocesso na evolução da sustentabilidade de ambos os campi, nos resultados dos indicadores, que estão agora trabalhando em sua recuperação. Por fim, a conclusão deste trabalho é de que a Universidade deve manter alinhadas suas estratégias, sejam elas de gestão ambiental, econômica ou social. Todas as esferas da sustentabilidade devem estar ordenadas para que haja sucesso no desenvolvimento sustentável da instituição.