Introdução: Os benefícios do consumo adequado de FVL estão bem estabelecidos na literatura. Diminuindo o risco de doenças cardiovasculares, câncer e mortalidade. Além disso, também tem sido argumentado que o bem-estar psicológico pode encorajar comportamentos saudáveis, como consumir regularmente frutas e vegetais, bem como desencorajar comportamentos não saudáveis. Sendo assim, aspectos psicossociais podem exercer um papel importante no consumo de FVL. Nesse sentido, procurou-se explorar o papel dos aspectos psicossociais no consumo de FVL e na saúde mental em adultos brasileiros. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte prospectivo com 512 adultos de um município de médio porte do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Dados da linha de base foram obtidos a partir de um estudo transversal de base populacional realizado em 2007 com participantes re-entrevistados entre 2013 e 2018. Foram avaliados os aspectos psicossociais, transtornos mentais comuns, e o consumo de FVL. Utilizou-se modelagem de equação estrutural para esclarecer as relações entre as exposições, resultados e variáveis mediadoras. No segundo estudo, este com o objetivo de estudar os fatores associados ao consumo de FVL, com especial atenção aos aspectos socioeconômicos, através de um corte transversal no estudo de coorte citado acima, foram realizadas análises descritivas e univariadas e em seguida, análise multivariável bruta e ajustada, em dois blocos. Resultados: a primeira produção científica encontrou que aspectos psicossociais favoráveis estavam diretamente associados a um maior consumo de FVL e essa associação também estava mediada pelos transtornos mentais comuns. Além disso, aspectos psicossociais favoráveis estavam associados a um menor número de sintomas psiquiátricos. Na segunda produção científica, no modelo final após o ajuste para variáveis demográficas e socioeconômicas (de ambos anos), participantes com menor renda possuíam médias de consumo de FVL 16% menor do que os com renda mais elevada (RM=0,84; IC95% 0,72 0,97, P<0,01).