Resumen:
Neste trabalho apresento um estudo sobre o Programa Residência Pedagógica, no
Subprojeto Pedagogia-UNISINOS. Como objetivo principal, compreendo e analiso o
processo de tornar-se professor(a) a partir das narrativas dos estudantes do curso
de Pedagogia e a partir da experiência como residente nesse Programa. Problematizo o Programa Residência Pedagógica buscando entender como ele contribui para o processo de tornar-se professor(a), auxiliando, dessa forma, no processo de formação dos alunos que integram o Subprojeto Pedagogia-UNISINOS. O material empírico consta de 39 relatórios de alunos residentes que registraram sua atuação no subprojeto indicado, referentes aos anos de 2020 e 2021, englobando o período da pandemia de Covid-19 até a retomada parcial das atividades presenciais nas escolas. Os conceitos de formação, práticas formativas, subjetivação e experiência foram centrais para o desenvolvimento da pesquisa. Especificamente, foram utilizadas teorizações sobre o conceito de experiência,
tornar-se professor, no intuito de compreender e analisar as narrativas dos alunos residentes que realizaram suas práticas docentes, na experiência como residentes.
A partir da análise desses relatórios, foi possível mostrar que o Programa Residência Pedagógica pode contribuir de forma significativa na preparação desses futuros docentes, uma vez que desenvolve práticas pertinentes à formação docente, desde que sejam tomados alguns cuidados em sua execução e entendimento de formação de professores. Os resultados apontam para práticas formativas atravessadas pela pandemia e seus percalços, em que tanto professores como alunos não tinham domínio das tecnologias, nem condições de acesso que permitissem uma docência remota. Os residentes não atuaram desenvolvendo uma docência no sentido da relação pedagógica entre aluno e professor, na qual o professor é referência para o ensino e a formação. Os modos de ser docente foram ainda os de uma escola já criticada antes da pandemia, ou seja, com uso de folhas de atividades e desenhos prontos, atividades baseadas em “modelos” arraigados na tradição pedagógica escolarizada.