Resumo:
O coronavírus não é o primeiro causador de uma crise sanitária, já que outras doenças alteraram o rumo da história em diferentes momentos de humanidade; porém, o cenário é semelhante e a instabilidade repercute na vida da população de regiões e países. Este trabalho busca compreender a percepção dos impactos da pandemia de COVID-19 no setor da construção civil sob a ótica da sustentabilidade, propondo uma árvore de decisão como ferramenta para estratégia de gestão. Ao analisar um projeto de obra, pode-se citar como efeitos possíveis: i) a instabilidade no custo dos insumos; ii) a variação da produtividade; iii) a alteração na qualidade de vida; e iv) as adaptações do canteiro para atender às medidas de contenção da doença. Todos esses aspectos impactam nos custos e prazos dos projetos. O setor da construção civil, geralmente, propõe mudanças de maneira ordenada, com testes, ensaios e planejamento; entretanto, a pandemia expôs um cenário de grande incerteza e o mercado precisou se adaptar rapidamente. Com o intuito de mitigar os efeitos pandêmicos, soluções que se baseiam em uma boa gestão com acesso à informação de qualidade, emprego de tecnologia, mapeamento dos riscos e flexibilidade para mudança podem ser mais eficazes. A pesquisa, de cunho quali-quantitativo, realizada a partir da aplicação de um questionário a empresários e trabalhadores do setor que atuaram em obras durante a pandemia, permite comparar a visão vigente com a bibliografia existente sobre o tema. Como resultados, a percepção dos impactos econômicos e sociais foram amplamente sentidos em decorrência da pandemia. A crise recente serviu de alerta para empresas de pequeno porte, demostrando a importância do mapeamento dos riscos do negócio. Esta análise pretende contribuir para melhorar a tomada de decisão dos gestores da construção civil em cenários adversos.