Resumo:
Objetivo: Investigar os fatores associados à autopercepção de saúde em acadêmicos da área de saúde de uma universidade do Centro-Oeste brasileiro, além de estimar a autopercepção de saúde ruim nesses acadêmicos. Métodos: Estudo transversal, de base universitária, de ambos os sexos, matriculado nos cursos da área de saúde de uma universidade localizada no Centro-Oeste brasileiro, Estado de Goiás, Brasil, no ano de 2018. A autopercepção de saúde foi avaliada através de uma única pergunta: “Em geral, como você diria que sua saúde está?”. As respostas variaram entre ruim, razoável, boa, muito boa e excelente. Para fins de análise, as categorias foram reagrupadas, dicotomicamente, em razoável/ruim e excelente/muito boa/boa. Os fatores associados incluíram aspectos demográficos, socioeconômicos, acadêmicos, psicossociais, comportamentais e uso de serviços de saúde. As análises bivariáveis foram conduzidas através dos testes do qui-quadrado para tendência linear e de Pearson. Razões de prevalências e razões de médias brutas e ajustadas foram estimadas utilizando-se de regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Constatou-se que entre os 2280 participantes do estudo, 342 (15%) apresentavam autopercepção de saúde ruim. Na análise ajustada permaneceram associadas ao desfecho sexo feminino (RP= 1,53; IC 95%: 1,20-1,95), classe econômica baixa (RP=;1,92 IC 97%: 1,47-2,50), acadêmicos que reprovaram (RP=;1,95 IC 95%:1,46-2,62), e que estão nos últimos períodos do curso (RP=1,371; IC 95%:1,04-1,81), qualidade de vida baixa (RP=2,231; IC 95%:1,59-3,12), e saúde mental com sofrimento psicológico muito alto (RP=3,450; IC 95%:2,19-5,42). Conclusão: O presente estudo demonstrou prevalência de autopercepção de saúde ruim nos universitários da área da saúde e associação com fatores sociodemográficos, acadêmicos e psicossociais. Em virtude desses achados, recomenda-se intervenções relacionadas a melhora da percepção de saúde desse grupo, o qual tem como prioridade ações destinadas a promoção e prevenção de saúde.