Resumo:
Objetivo: Investigar os fatores associados ao sofrimento psicológico entre universitários matriculados na área de saúde da Universidade de Rio Verde - UniRV, Goiás. Método: Estudo transversal de base universitária composto por 2.237 alunos, que responderam ao instrumento completo de rastreio de sofrimento psíquico avaliada pela Escala de Sofrimento Psicológico de Kessler (K10), de ambos os sexos e com idade maior ou igual a 18 anos. Foram considerados como variável dependente a presença de sofrimento psicológico; e como variáveis independentes: características demográficas, socioeconômicas, acadêmicas e de comportamentos de saúde relacionados. As associações entre as razões de prevalência brutas e ajustadas e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram estimadas através de Regressão de Poisson com variância robusta no programa Stata versão 15. Apenas variáveis que apresentaram um nível de significância menor que 20% (p<0,20) na análise bivariada foram levadas para a análise ajustada, a qual foi conduzida a partir de blocos. Ao final, foram considerados fatores associados ao sofrimento psicológico as variáveis com nível de significância menor que 5%. Resultados: Considerando os dados gerais obtidos, podemos observar que a associação geral de estudantes com grau de sofrimento psicológico alto/muito alto total foi de 68% (IC95%= 1,66-1,70). Na análise ajustada, as variáveis que mais impactaram no sofrimento psicológico alto/muito alto dos universitários, foram: do sexo feminino, cursar medicina, ser fumante ou ex-fumante, ser sedentário, com uma qualidade de vida ruim/muito ruim e ser ou não ativo fisicamente. Já o fato de ter 25 anos ou mais demonstrou potencial fator protetivo ao sofrimento psicológico. Conclusão: A alta associação de sofrimento mental encontrada entre estudantes da área da saúde é discutida a luz de aspectos relativos à avaliação em saúde mental, diferenças de gênero e estratégias de promoção à saúde no contexto universitário.