Abstract:
Introdução: A adolescência é uma fase de transição para avida adulta. É comum que na busca por identidade, os adolescentes se exponham à comportamentos considerados de risco para a saúde, entre eles, comportamentos de risco para transtornos alimentares (CRTA). Objetivos: Identificar a prevalência de comportamentos de risco para transtornos alimentares e; avaliar a validade de construto de escala reduzida de comportamentos de risco para transtornos alimentares em adolescentes. Métodos: Estudo transversal, de base escolar, com 1.750 escolares do ensino público de Caxias do Sul. CRTA foram avaliados através de escala reduzida, composta por 5 itens: “comer compulsivo”, “provocar vômitos” “fazer uso de laxantes”, “fazer uso de diuréticos” e “ficar sem comer ou reduzir exageradamente o consumo”. Foi considerado com CRTA aquele escolar que teve pelo menos 1 destes comportamentos, 1 vez ou mais por semana, nos últimos 3 meses. Consistência interna do instrumento foi medida pelo coeficiente α de Cronbach e a validade de construto do instrumento foi avaliada através das análises fatoriais exploratória e confirmatória. Resultados: Presença de CRTA foi observada em 38,5% (IC95%: 35,2 – 42) da amostra. As prevalências foram maiores no sexo feminino, nas faixas etárias mais elevadas (16 anos ou mais), em escolares que a mãe falava sobre o peso de outras pessoas, que sofrem provocações sobre o peso por parte dos familiares, com maiores índices de massa corporal (IMC), com autopercepção de saúde ruim, com insatisfação de imagem corporal e baixos escores de autoestima. Na validação da escala, a mesma apresentou consistência interna muito boa (α=0,875). A análise fatorial exploratória apresentou o seguinte ajustamento: valor p χ2=0,058, RSMEA=0,036, CFI=0,986, TLI=0,972 e SRMR=0,076, enquanto os valores para a confirmatória foram valor p χ2=0,583, RSMEA<0,001, CFI=1, TLI=1 e SRMR=0,026. Os resultados sugerem que se trata de um instrumento com validade de construto muito boa para investigar a presença de comportamentos de risco para transtornos alimentares em adolescentes. Conclusões: Os adolescentes apresentam diversos fatores associados aos comportamentos de risco para transtornos alimentares e o instrumento utilizado neste estudo apresentou validade de construto muito boa para investigar a presença de comportamentos de risco para transtornos alimentares em adolescentes.