Resumo:
Esta pesquisa tem dois objetivos principais: descrever e analisar os sentidos atribuídos à docência na produção acadêmica educacional brasileira entre os anos 2010 e 2020 sobre os Institutos Federais; e, examinar de que modo gênero organiza a docência na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) descrita e problematizada pela produção acadêmica educacional brasileira selecionada. O estudo busca apoio teórico-metodológico nos campos dos Estudos em Docência e dos Estudos em Gênero, em articulação com a perspectiva pós-estruturalista. Para a análise, desenvolveu-se uma metapesquisa, pesquisa sobre pesquisas, operando com os conceitos de docência e gênero para examinar um conjunto de produções acadêmicas realizadas no/sobre o contexto dos Institutos Federais. Os/As principais autores/as que embasam as análises são: Biesta (2017); Dal’Igna (2017; 2023); Fabris; Dal’Igna (2017); Foucault (2004; 2006; 2007); Louro (2007; 2010), Mainardes (2018; 2021); Masschelein; Simons (2018); Meyer (2010); Meyer; Paraíso (2014); Pereira; (2016); Scott (1995); Tardif (2017). Ao final, foi possível mapear e analisar três categorias: a docência como esmaecimento da Pedagogia como ciência da prática educativa; a docência como fortalecimento da Pedagogia como produtora de saberes legítimos; e, o gênero como organizador da docência EPT/EBTT. Assim, a tese sustentada é de que a disputa entre os saberes pedagógicos e os saberes técnicos organizam a docência EPT/EBTT nos Institutos Federais, traduzida em muitas pesquisas como feminilização da docência.