Resumo:
A infraestrutura importa. Seus efeitos se propagam no comércio internacional a partir
de diferentes canais. Utiliza-se e usufrui-se delas em todos os espectros da vida, seja
ela na educação, saneamento, saúde ou mobilidade de pessoas e mercadorias que
estão diretamente relacionadas ao crescimento e ao desenvolvimento econômico. E é sobre a mobilidade de mercadorias, isto é, a infraestrutura de transporte, que se enfoca esta pesquisa. Neste sentido, o objetivo geral deste estudo é analisar a influência da hard infraestrutura no comércio de países selecionados da América Latina. Para tal, utilizou-se como metodologia o modelo gravitacional em dados em painel para o período entre 2007 e 2017, com uma amostra que compreendeu os principais parceiros comerciais desses países, em um total de 68 países. Os resultados encontrados demonstraram que a infraestrutura geral da América Latina afetou o comércio positivamente, dado que a combinação de diferentes tipos de infraestrutura fornece um poder de explicação bastante sólido sobre os fluxos de comércio. Os países da região foram bastante sensíveis à infraestrutura do país exportador, dado que infraestrutura geral dos países exportadores gerou efeitos negativos no comércio da América Latina. As melhoras nas rodovias dos parceiros comerciais indicaram não contribuir no aumento dos fluxos comerciais. E os portos dos parceiros comerciais tiveram impacto positivo e significativo no comércio da América Latina. A partir das análises, constataram-se potencialidades para ampliação do comércio, a partir de uma melhora na qualidade de infraestrutura rodoviária e portuária, importante na coesão interna dos territórios destes países. Identificou-se que a região possui uma brecha na provisão eficiente de infraestrutura, limitando os países em termos de acessar maiores ganhos de comércio, dado que, em geral, os principais resultados foram positivos para América Latina.