Resumen:
O ensino de línguas adicionais na primeira infância, em especial a língua
inglesa, nas Escolas de Educação Básica, está desenvolvendo-se exponencialmente.
Dados da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (ABEBI) sugerem que, nas últimas
décadas, estima-se um crescimento de 6 a 10% de instituições Bilíngues no País,
além disso, 1,2 mil instituições que não são bilíngues já estão começando a oferecer
programas bilíngues. Dessa maneira, faz-se necessário salientar o olhar para esse
novo público que está, gradativamente, ocupando espaço como aprendizes de línguas
adicionais nas Escolas de Educação Básica. Assim como para a formação dos
profissionais que atuarão nesse ensino. Esta pesquisa objetiva compreender, a partir
de narrativas orais, como instrumento de análise, como é o cenário de ensino de
língua inglesa para very young learners, segundo as narrativas de professores
atuantes na área. Sendo assim, busca-se evidenciar o que as narrativas das
participantes revelam sobre o ensino de línguas adicionais para very young learners
nas Escolas de Educação Básica da região, mediante às lacunas de formação, e
analisar possíveis aproximações e distanciamentos entre as narrativas das
participantes, que nos permitam, parcialmente, conhecer e compreender esse cenário
de ensino. A metodologia desta pesquisa é de cunho qualitativo, tendo como teoria
analítica a abordagem narrativa de Labov (1972), (1997), Bastos (2008), Bamberg e
Georgakopoulou (2008), Bamberg (2012), De Fina e Georgakopoulou (2015) e as
lâminas de análise de Biar, Orton e Bastos (2021). Os dados deste estudo foram
gerados a partir de entrevistas narrativas não estruturadas com participantes
voluntárias, conduzidas pela pesquisadora. As entrevistas narrativas foram realizadas
de forma remota, registradas em áudio e transcritas a partir dos princípios da análise
da conversação de orientação textual-interativa, de acordo com as convenções de
transcrição propostas por Marcuschi (1986) e Mira (2016). Os dados foram analisados
conforme a abordagem de narrativas de Labov (1972), dentre outros, e as lâminas de
análise de Biar, Barton e Orton (2021). Esta pesquisa justifica-se pela lacuna de
formação, presente nos cursos de Letras e Pedagogia da região, para a atuação no
ensino de línguas adicionais para very young learners nas Escolas de Educação
Básica, além da escassez de produções acadêmicas de apoio para essa atuação. Os
resultados do estudo indicam que o ensino de língua inglesa para crianças exige um
conhecimento experiencial e acadêmico do docente que ultrapassa aquele promovido
pela graduação. Além disso, experiências semelhantes sobre o ingresso no ensino de
very young learners revelam uma necessidade de se salientar o olhar para essa
problemática de formação, visando a preparar um novo profissional para esse público.