Resumen:
Os transtornos mentais na infância e na adolescência têm recebido maior atenção ao
longo das últimas décadas devido a sua apresentação precoce e persistente sendo
que, muitos continuarão a apresentar problemas de saúde mental (PSM) na idade
adulta, gerando consequências negativas impactantes de curto e longo prazo no
funcionamento destes indivíduos com pesado ônus familiar, social, econômico e para
saúde pública. Evidências científicas mostram que entre 10% e 20% das crianças
terão algum transtorno ou PSM ao longo do ciclo vital. Assim, o objetivo desta
pesquisa foi investigar fatores preditores de dificuldades emocionais e
comportamentais em uma amostra comunitária de adolescentes de São Leopoldo/RS.
Trata-se de uma análise secundária de um ensaio de campo randomizado com
crianças recrutadas ao nascimento no Hospital Centenário entre outubro de 2001 e
julho de 2002 e que foram acompanhadas desde então até os 13 anos de idade. Para
este estudo foi realizada uma análise longitudinal (2001 a 2014) com base nos dados
coletados ao nascimento no prontuário e nas coletas domiciliares subsequentes
quando as crianças tinham as idades de 6 meses, 12-16 meses, 4 anos, 8 anos e 13
anos de idade. As variáveis sociodemográficas, maternas e perinatais foram obtidas
aos 6 meses e 12-16 meses, variáveis antropométricas e o tempo de tela aos 4 e 8
anos e aos 13 anos, 174 adolescentes completaram o Strengths and Difficulties
Questionnaire (SDQ) para avaliar o desfecho. Os resultados peso infantil, idade e
baixa escolaridade materna e baixas condições socioeconômicas foram preditores do
desfecho, o que reforça a importância de ações multidisciplinares de prevenção e
intervenção precoce em saúde mental infantojuvenil.