Resumen:
O presente estudo procura desvelar a relação do jovem egresso do sistema de medida socioeducativa com a educação escolarizada, problematizando como, apesar do fracasso na vida e na escola, estes jovens conseguem (ou não) superar as adversidades da vida. Desenvolve histórias de vida destes sujeitos, focalizando sua relação com a escola, com o trabalho, com a criminalidade e a reconstrução de seu projeto de vida. A pesquisa está fundamentada nos estudos desenvolvidos por Graciane (2001), Costa (1999), Josso (2004) e Freire (1994; 1996; 1999). Metodologicamente, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de natureza qualitativa, de inspiração etnográfica, com a utilização da escuta como instrumento de pesquisa para investigar as histórias de vida de jovens egressos do sistema de medidas socioeducativas. A pesquisa foi norteada pelas seguintes questões: Quem são esses jovens? O que mobiliza esses jovens a freqüentar ou não a escola? O que os mantêm lá? O que os afasta? Quais as expectativas dos jovens em relação à escola antes e depois da internação? Que fatores, segundo os jovens, são responsáveis pela reconstrução, ou não, do seu modo de vida? De que forma esses jovens percebem a escola? De que modo a escola se relaciona com os jovens egressos do sistema de medidas socioeducativas? O universo da pesquisa compreendeu a história de quatro jovens egressos do sistema de medidas socioeducativas. O processo de pesquisa, reinventado cotidianamente, teve como característica principal um intenso movimento, que exigiu um contínuo repensar das estratégias para a coleta de dados. Os resultados de pesquisa indicam a necessidade de políticas públicas direcionadas a jovens egressos do sistema de medidas socioeducativas, bem como a importância de que o enfoque socioeducativo se sobreponha ao correcional-repressivo na aplicação das medidas.