Resumen:
Objetivos: investigar o uso de contracepção, verificar os fatores associados ao uso dos métodos contraceptivos hormonais e analisar as intenções reprodutivas de mulheres universitárias do centro-oeste do Brasil. Metodologia: estudo transversal de base escolar com universitárias da área da saúde, de 18 anos ou mais, com atividade sexual, e regularmente matriculadas na instituição. O instrumento da pesquisa foi a aplicação de um questionário padronizado, pré-codificado, auto administrado, sendo que o trabalho de campo foi desenvolvido entre outubro e dezembro de 2018. Os dados foram digitados no programa Epi Data 3.1 e analisados no programa estatístico STATA 12.0. Os resultados foram descritos por meio das frequências absolutas e relativas e utilizou-se regressão de Poisson com variância robusta segundo um modelo conceitual de análise para verificar associações com uso de método contraceptivo hormonal, e regressão logística multinomial para investigar associação das variáveis independentes às intenções reprodutivas. Ingressaram no modelo de ajuste as que atingiram valor de p de até 0,20, permanecendo no modelo quando atingiram o nível de significância de 0,05. Resultados: A prevalência do uso da contracepção em geral foi de de 85,9% (IC95% 83,3 a 87,2), e os métodos contraceptivos mais utilizados foram a pílula contraceptiva (66,5%) e o preservativo masculino (43,9%). Universitárias de 23 a 24 anos, morando com amigos, de classe econômica A e sem religião, apresentaram maior probabilidade de uso de método contraceptivo hormonal. A maioria das mulheres relatou intenção de um ou dois filhos (65,1%), e a minoria manifestou desejo de não ter filhos (9,6%). Entre as mulheres que responderam desejo de um ou dois filhos, a maioria apresentava idade igual ou superior a 25 anos, cor branca, classe econômica baixa, situação conjugal com companheiro, religião católica e não cursavam medicina ou odontologia. Mulheres do curso de medicina, protestantes/evangélicas e usuárias de método contraceptivo relataram maior desejo de ter três ou mais filhos quando comparadas com as mulheres que cursavam odontologia ou outros curso da saúde, com as católicas, e com as não usuárias de método contraceptivo. Conclusões: no meio universitário ainda se mantém práticas contraceptivas limitadas a pouca diversidade dos métodos, bem como muitos paradoxos em relação às intenções reprodutivas, portanto, estudos atuais, prospectivos e com amostras representativas são necessários para monitorar tendências e auxiliar no planejamento de ações voltadas para a orientação sexual e reprodutiva.