Resumen:
Biblioteca Viva é um conceito que convida entidades humanas a se transformarem em pistas vivas, socializando os saberes e vivências que compõem a memória coletiva do seu habitar, constituindo-se em importante espaço de catalogação e compartilhamento dessa memória que não está presente em livros ou obras de arte. O conceito, originalmente criado em 2000, foi revisitado, em 2016, pelo Grupo Internacional de Pesquisa Educação Digital (GPe-dU UNISINOS/CNPq) e potencializado na criação do mobile pervasive ubiquitous extended reality game – MUP-ERG Ágora do Saber, desenvolvido no município de Bento Gonçalves, RS. Desde então, o GPe-dU vem trabalhando o conceito, enquanto metodologia inventiva a fim de possibilitar a construção e socialização de Bibliotecas Vivas em ambiente digital. As aprendizagens decorrentes da criação da Biblioteca Viva de Bento Gonçalves, da qual o pesquisador participou enquanto bolsista de iniciação científica, associada ao desenvolvimento da digitalidade e da conectividade, que possibilita conectar pessoas, lugares, territórios, coisas e biodiversidade, ou seja, tudo o que existe na biosfera, contribui para a emergência do problema de pesquisa: como uma tecnologia, vinculada à uma plataforma digital, pode propiciar a cocriação de uma Biblioteca Viva? O objetivo geral da pesquisa é desenvolver uma tecnologia que promova a cocriação de Bibliotecas Vivas no contexto da plataforma digital Inven!RA, compreendendo como ela pode contribuir na catalogação e socialização
da memória coletiva. A pesquisa é de natureza qualitativa e busca inspiração no
Método Cartográfico de Pesquisa-Intervenção, como forma de produção e análise de dados. A pesquisa contribui para a ampliação e aprofundamento do conceito de Biblioteca Viva, compreendendo as pistas vivas, como tudo aquilo que produz memória, seja humano ou não; ressignifica as memórias, saberes e costumes, enquanto registros dentro de um ambiente digital; favorece a cocriação e socialização de novas Bibliotecas Vivas e a arqueologia da memória coletiva produzida durante o habitar em diferentes redes. Por fim, entre os resultados produzidos, pode-se destacar a produção de uma tecnologia digital construída a partir de pistas cartografadas ao longo de toda a pesquisa, que possibilita a catalogação e a socialização da memória coletiva produzida pelo habitar reticular de entidades humanas e não-humanas; uma aproximação do Método Cartográfico de Pesquisa-Intervenção com a Metodologia de Desenvolvimento Ágil Scrum ; uma nova interpretação para o conceito de Biblioteca Viva, que abre-se não apenas as entidades humanas, mas à todos os não humanos que se fazem presentes em nosso habitar reticular e atópico.