Resumo:
Esta pesquisa analisa a construção da loucura no cinema contemporâneo por meio da obra cinematográfica Coringa (2019), do diretor estadunidense Todd Phillips. Como objetivo principal, o trabalho procura compreender como a loucura, pensada enquanto construto tecnocultural, se atualiza em imagens técnicas no cinema contemporâneo. Para tal, relacionam-se as teorias levantadas em revisão bibliográfica a partir de autores como Vilém Flusser (2002), Serguei Eisenstein (2002), Michel Chion (2011), Gustavo Fischer (2013), Michel Foucault (1996, 2006 e 2019), Suzana Kilpp (2002, 2007 e 2010) e Ana da Rosa (2019). Os procedimentos teórico-metodológicos utilizados no desenvolvimento da pesquisa fundamentam-se essencialmente nas obras de Walter Benjamin e são compostos pela flânerie, pelas coleções e pelas constelações (imagens dialéticas). Ao longo da pesquisa, foi observado que o cinema mostra-se cada vez mais construído em uma extensão “para além da tela” e, a partir dessa relação estabelecida entre “dentro e fora” da obra cinematográfica, por meio do filme Coringa e de seus desdobramentos em rede, foram definidas coleções, que reuniram fragmentos por afinidades, e duas principais constelações denominadas “Então é isso, você está louco?!”: Construindo a loucura por meio de máscaras, risos e danças” e “É impressão minha, ou o mundo está ficando mais louco?: Violência, protesto, isolamento e transtorno na construção da insanidade”; a partir dessas constelações, identificou-se que as imagens “falam” sobre loucura e sobre a loucura das próprias imagens.