Resumo:
É cada vez maior a necessidade dos jovens e adultos terem concretizada a garantia do direito à escolarização, principalmente, àqueles que já estão inseridos no mundo do trabalho e que, possivelmente, retornam à escola em busca de mais dignidade e cidadania. Portanto, apesar das desigualdades sociais impostas pela sociedade contemporânea, ainda há quem busque melhores condições de vida, que resultem em emancipação social, por meio da educação. O fenômeno da evasão escolar merece ser estudado com responsabilidade, pois suas consequências podem repercutir diretamente nas esferas profissional, social e econômica não apenas do aluno evadido, mas também, indiretamente, na comunidade à qual pertence. Desse modo, quando o aluno abandona a escola, ele também impacta na visão de sua comunidade sobre a importância da educação. Nesse sentido, esta pesquisa tem por objetivo analisar os contextos e fatores que contribuem para a evasão escolar dos alunos da modalidade EJA em uma escola da Rede Municipal de São Leopoldo – RS. A escola investigada oferece aulas presenciais no Ensino Básico para a Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II nos turnos da manhã e tarde e Educação de Jovens e Adultos – EJA no turno da noite. Com relação à metodologia, este estudo utilizou a análise de conteúdo (BARDIN, 1995) e como técnicas de levantamento de dados entrevistas e questionários. Como resultado, foram obtidos dados relevantes para compreensão do perfil dos alunos da EJA e seus contextos socioeconômicos, bem como dados relativos ao perfil dos professores que atuam na EJA e suas práticas pedagógicas para trabalhar com este público e da visão da gestão sobre a proposta pedagógica à luz da realidade dos sujeitos da EJA. A partir das análises, é possível afirmar que a evasão no espaço escolar é um problema que está relacionado, entre outros fatores, a contextos familiares, econômicos, sociais e de aprendizagem dos estudantes matriculados na EJA, superando uma lógica de causalidade ou de fator único, e cuja complexidade precisa ser considerada na elaboração de políticas públicas atinentes à modalidade.