Resumen:
Os recentes ciclos econômicos recessivos brasileiros analisados, iniciando em 2008 e o segundo em 2014 e encerrado no quarto trimestre de 2016, segundo o Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos (Codace), tem sido apontado como um dos piores da história do país, tanto do ponto de vista de sua duração, quanto da magnitude de seus efeitos. Os indicadores estruturais do mercado de trabalho revelam um crescimento recorde da taxa de desemprego, além do aumento da informalidade, onde há normalmente predominância de postos de trabalho mais precários em comparação aos existentes no mercado regulamentado. Nesse contexto, esta dissertação investiga os impactos decorrentes da crise econômica sobre os fatores determinantes da pressão salarial, rotatividade e diferenças salariais. Utilizando dados do CAGEDE e RAIS no período de 2007 a 2019, observa-se que a mesorregião mais afetada quanto a pressão salarial e rotatividade é a noroeste rio-grandense, este impacto sobre a mesorregião é observado na análise por região. Através do algoritmo de Bry-Boschan identifica-se as recessões deste período e a partir do método Oaxaca-Blinder busca-se analisar a magnitude desse diferencial salarial, o qual demonstrou que as primeiras recessões apresentaram um patamar médio maior de salário aos que mantiveram o emprego, já na última recessão houve uma redução da média salarial, onde o componente não explicado reflete esta redução pressionado pela variável de escolaridade.