Resumo:
O processo evolutivo registrado em diversos táxons de vertebrados foi em grande parte determinado pelas condições de microclima, habitat e otimização da exploração de recursos alimentares (Jordano, 2000; Brown & Lomolino, 2006; Ares 2007; Del Claro 2012; Alves et al., 2012; Thompson, 2012). As especializações alimentares são reflexo desses processos adaptativos. Dentre os diversos hábitos alimentares observados em aves, a frugivoria merece destaque pela alta incidência em diferentes grupos. As aves estão entre os animais com maior número de espécies frugívoras da região neotropical (Moermond & Denslow, 1985; Jordano, 1987; Fadini & De Marco Jr., 2004) onde elas têm um papel ecológico importante ao atuarem como agentes dispersores dessas plantas (Herrera, 1985; Fleming, 1987; Galetti & Pizo, 2003; Fleming & Kress 2011; Alves et al., 2012). No Brasil são registradas cerca de 22 famílias que se alimentam regularmente de frutos (Tinamidae, Rheidae, Cracidae, Odontophoridae, Opisthocomidae, Psophiidae, Columbidae, Psittacidae, Steathornithidae, Trogonidae, Capitonidae, Ramphastidae, Pipridae, Cotingidae, Tytiridae, Corvidae, Turdidae, Mimidae, Vireonidae, Coerebidae, Thraupidae, Fringillidae). Entre todos os animais, as aves são consideradas os frugívoros mais comuns entre os vertebrados (Fleming & Kress, 2011). Segundo Fleming (1987) e estima-se que 50% a 90% de todas as árvores das florestas tropicais são dispersas por animais e 20% a 50% das espécies de aves e mamíferos consomem frutos.