Resumen:
Um dos problemas que atinge as instituições de ensino superior é a evasão, que afeta as instituições privadas e públicas, trazendo custos para essas organizações, as quais não cessam quando os discentes evadem, arcando com os custos contábeis da evasão. No entanto, esse problema não se restringe às instituições, visto que os discentes que evadem também têm custos, uma vez que dedicaram o seu tempo a um curso que não concluíram, no período que poderiam estar exercendo outra atividade. Esse custo de oportunidade é denominado como custo econômico da evasão. Diante disso, este estudo teve como objetivo determinar os custos decorrentes da evasão de discentes das universidades brasileiras na modalidade de ensino presencial. Foram usados os microdados do Censo da Educação Superior de 2019 do INEP e os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral do IBGE. A amostra foi composta por 197 universidades com ensino na modalidade presencial, assim como por 569.884 discentes evadidos. Ademais, fórmulas foram elaboradas para calcular os custos contábeis e econômicos da evasão, além da realização da análise espacial dos custos, a qual foi concebida mediante o Índice de Moran e o Índice Local de Associação Espacial. Verificou-se que, em 2019, em nível nacional, o custo contábil da evasão foi de R$ 19.009.688.565,96, e o custo econômico da evasão foi de R$ 5.182.753.800,00, com custo médio de R$ 21.277,59 para cada evadido. Regionalmente, o maior custo da evasão foi identificado no Sudeste e o menor no Norte, e, dentre as unidades da federação, São Paulo obteve o maior custo da evasão e o Acre o menor. As duas hipóteses de pesquisa foram confirmadas, à medida que se constatou, por meio de análises espaciais efetuadas, que, em unidades da federação com maiores rendas per capita e com mais universidades em seu território, têm-se um maior custo contábil e econômico decorrente da evasão. Por fim, apresentou-se como sugestão para estudo futuro a expansão da análise que foi realizada neste estudo.