Resumo:
Essa dissertação tem como objetivo analisar, além do papel das fontes jornalísticas na contemporaneidade, as relações, os tensionamentos, os ruídos e principalmente como as novas plataformas tecnológicas têm ajudado os jornalistas na construção das notícias. Para tanto, escolheu-se como objeto de pesquisa o programa Estúdio I, da Globo News. A justificativa para a escolha desse objeto repousa na possibilidade de ter contato com diferentes práticas jornalísticas que envolvam as relações com as fontes, bem como perceber – in loco – como os recursos tecnológicos utilizados na revista eletrônica contribuem para o fazer jornalístico. Com inspiração etnográfica, esse estudo foi desenvolvido a partir das técnicas de observação participante junto às rotinas produtivas em uma edição ao vivo do programa. Na tentativa de contemplar uma discussão sobre fontes de informação utilizamos, por um lado, aportes teóricos acerca da construção do conceito e de tipologias; por outro, os críticos desta função jornalística voltados ao jogo de interesses entre jornalistas, fontes e a sua profissionalização. A partir da análise dos dados obtidos na observação dos processos produtivos, percebeu-se que, mesmo que o programa Estúdio I possua um formato diferente dos demais programas exibidos pela Globo News, a utilização das fontes pelos depoimentos, edição de falas e imagens, não ocorre de maneira diferenciada. Apesar de já haver sido identificada a evolução na linguagem da TV, constatamos que nada disso fará diferença sem que haja uma participação mais efetiva do público no que tange à concessão e apropriação de novas informações para o programa. A teoria do jornalismo revela que sem as fontes não há notícias; portanto, como se percebem mudanças estruturais nos programas no que diz respeito à linguagem, precisamos contemplar alterações que permeiem o universo das fontes e que essas se constituam como potenciais agentes de construção da informação.