Resumen:
A ética estoica se insere dentro de uma ética das virtudes, no entanto, por seu momento histórico e desenvolvimento único dentro das escolas filosóficas tanto da antiguidade clássica quanto do helenismo, ela propõe maneiras de ver o desenvolvimento ético pessoal e social diferente das outras escolas, tanto de sua época, os epicuristas, quanto da antiguidade clássica, a ética platônica/aristotélica. Na hegemonia acadêmica da ética das de Aristóteles quanto a uma ética das virtudes, vamos propor uma ética estoica que possa dialogar tanto com outras éticas contemporâneas – a deontológica e a consequencialista – quanto mostrar que ela pode enfrentar questões de uma ética das virtudes sob outro prisma. No intuito de mostrar a força e amplitude da ética estoica, não faremos aqui comparações entre ela e outras éticas, mas delinearemos sua ética em cima de uma questão moral que até hoje, nas discussões éticas e sociais, aparece como uma aporia, a relação entre o desenvolvimento ético pessoal e a consideração aos outros ou ao social. Ao desenvolver essa aporia dentro dos conceitos e horizontes da ética estoica, daremos uma visão mais geral e ampla do que aquilo que, muitas vezes, é uma noção pobre ou até mesmo errada do estoicismo sobre suas concepções enquanto escola filosófica. Embora a fortaleza individual ou autarkeia seja uma das noções do desenvolvimento ético estoico, mostraremos o quanto essa noção está inserida e apoiada pelos atos adequados enquanto sociais e de como o aperfeiçoamento individual leva ao comprometimento social.