Resumen:
Introdução: Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um problema mundial de saúde e a má alimentação é uma das principais causas. Evidências científicas alertam para o fato de que os fatores de risco estão se instalando cada vez mais precocemente. Uma dieta rica em frutas e vegetais é benéfica para saúde cardiovascular, devido aos flavonóides contidos nestes alimentos. A quercetina é o principal flavonóide presente na dieta humana e seu consumo está associado a efeitos cardioprotetores. Objetivo: Avaliar o consumo de quercetina em crianças aos 3-4 anos e aos 7-8 anos e associar com fatores de risco cardiovascular, como lipídeos séricos, triglicerídeos, insulina, glicemia e índice de massa corporal (IMC). Métodos: Realizado dois recordatórios 24 horas, um na fase pré-escolar (3-4 anos) e outro na idade escolar (7-8 anos). Foi aferido o peso, a estatura e calculado o índice de massa corporal. As coletas de sangue foram realizadas após jejum de 12 horas. A glicose, o colesterol total, o colesterol HDL, triglicerídeos e insulina foram determinados pelo método enzimático semi-automatizado e o colesterol LDL foi calculado pela fórmula de Friedewald. Resultados: Foram avaliadas na fase II, 322 crianças e na fase III, 315 crianças. Aos 8 anos, 28,1% das crianças apresentavam excesso de peso e 12,6% obesidade. O consumo de quercetina em percentis foi aos 7-8 anos foi maior no P50 quando comparado aos 3-4 anos. A média de colesterol total e HDL aos 8 anos foi maior entre as crianças do terceiro tercil de consumo, comparado com as crianças do segundo tercil. Foi observada relação positiva entre o consumo de quercetina aos 3-4 anos, nos valores de colesterol total aos 7-8 anos. Para os demais desfechos, não foi observado associação com o consumo de quercetina na idade pré-escolar. Discussão: O consumo de quercetina não foi significativamente associado aos níveis de insulina, glicemia e IMC na infância, por outro lado, o colesterol sérico foi positivamente associado ao maior consumo de quercetina.