Resumo:
A Bacia de Barreirinhas ocupa a porção costeira e da plataforma continental na margem equatorial brasileira do estado do Maranhão, e possui um bom registro fóssil de ostracodes marinhos, que até o momento não foram estudados. Os estudos de ostracodes, de maneira geral, contribuem para a melhor compreensão da evolução paleoambiental e discussões bioestratigráficas na região. Esse trabalho tem como objetivo apresentar os resultados do estudo realizado a partir dos ostracodes recuperados dos poços 1-MAS-1, 1-MAS-3A, 1-MAS-4A e 1-MAS-14 da Bacia de Barreirinhas. Foram preparadas e analisadas 147 amostras, resultando na recuperação de 495 espécimes, identificados em 40 espécies, 16 gêneros e nove famílias. Foram identificados os gêneros Cytherella Jones, 1849, Bairdoppilata Coryell, Sample & Jennings, 1935, Argilloecia Sars, 1866, Paracypris Sars, 1866, Cythereis Jones, 1849, Ovocytheridea Grekoff, 1951, Sapucariella Puckett, 2016, Dumontina Deroo, 1966, Potiguarella Piovesan, Cabral & Colin, 2014, Sergipella Kroemmelbein, 1967, Krithe Brady, Crosskey & Robertson, 1874, Nigeroloxoconcha Reyment, 1960, Conchoecia? Dana, 1849, e Protocosta Bertels, 1969, além de dois taxa indeterminados. Com base na fauna encontrada, foi possível definir três paleoambientes distintos: Marinho 1, Marinho 2A e Marinho 2B, tendo sido atribuído um ambiente nerítico interno a médio para o Marinho 1, nerítico médio a externo para o Marinho 2A, e nerítico externo para o Marinho 2B. Baseando-se em biozonas de ostracodes previamente estabelecidas para a Bacia de Sergipe, foi possível identificar as biozonas Nigeroloxoconcha aff. Nigeroloxoconcha sp. GA A 22 Range Zone, do Cenomaniano inferior; e a Brachycythere sapucariensis Interval Zone, que se estende do Turoniano ao Coniaciano médio.