Resumen:
A Síndrome Metabólica (SM) é uma condição clínica complexa, definida pela presença concomitante, em um mesmo indivíduo, de pelo menos três comorbidades (alterações metabólicas): hipertensão arterial, glicemia de jejum alterada ou diabetes mellitus, hipertrigliceridemia (nível elevado de triglicérides), baixa concentração de HDL (lipoproteínas de alta densidade) e obesidade central/abdominal (ALBERTI et al., 2009). A ocorrência simultânea destes fatores está fortemente associada com o aumento do risco de doenças cardiovasculares (cardiometabólicas) e com a mortalidade geral (FARIAS, PEREIRA e ROSA, 2010; GALASSI, REYNOLDS e HE, 2006; GAMI et al., 2007; GRUNDY, 2007; LI, W. et al., 2008; MOTTILLO et al., 2010; WU, LIU e HO, 2010). Além disso, destaca-se que o gênero se constitui um aspecto importante na relação entre SM com problemas cardiovasculares e mortalidade, visto estas serem mais significativas nas mulheres do que em homens (KRAGELUND et al., 2007; REGITZ-ZAGROSEK, LEHMKUHL e MAHMOODZADEH, 2007; REGITZ-ZAGROSEK, LEHMKUHL e WEICKERT, 2006). A SM tornou-se um dos maiores desafios de saúde da atualidade, visto que estimativas apontam uma prevalência de SM entre 20% e 30% na população mundial de adultos (GRUNDY, 2008; OLADEJO, 2011). O Brasil segue a tendência observada nos demais países do mundo, considerando que aproximadamente 30% da população brasileira apresenta SM (DE CARVALHO VIDIGAL et al., 2013). O crescente número de casos de SM pode estar relacionado às mudanças ocorridas no estilo de vida e no padrão alimentar dos indivíduos, ao envelhecimento das populações e, possivelmente, às situações de estresse do cotidiano (GOTTLIEB, CRUZ e BODANESE, 2008). Como consequência dessas modificações, observa-se uma transição epidemiológica no perfil de morbimortalidade da população, nas últimas décadas, com predomínio de doenças crônicas não-transmissíveis (CALDWELL, 2001; SCHRAMM et al., 2004).