Resumo:
A adolescência configura um período marcado por muitas transições, em que o indivíduo começa a desenvolver maior autonomia em relação aos pais e a estabelecer novas relações com amigos e com a própria escola, podendo assim evidenciar comportamentos de risco, como as primeiras experiências com as substâncias psicoativas. (SCHENKER; MINAYO, 2005; TRINKNER et al., 2012). Portanto, o estudo que abrange o uso de drogas entre escolares se justifica pela magnitude da ocorrência desse tipo de comportamento, o que se confirma no Brasil através de levantamentos epidemiológicos. (CARLINI et al.,1991, 2010; CARLINI-COTRIM; BARBOSA, 1993; CARLINI-COTRIM et al., 1989; GALDURÓZ; NOTO; CARLINI, 1997; GALDURÓZ et al., 1994, 2005). Nessa perspectiva, Carlini et al. (2010), ao entrevistar estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas entre dez e dezenove anos, estimaram a prevalência de consumo de substâncias ilícitas na vida em 25,5% e de álcool em 60,5% dos escolares. Já a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) entrevistou alunos do nono ano do Ensino Fundamental - em sua maioria, com idades entre treze e quinze anos, de escolas públicas e privadas - e constatou o uso de substâncias ilícitas em 7,3% e de álcool em 66,6% dos participantes. (HORTA et al., 2014; MALTA et al., 2014).