Resumo:
O processo de colonização levou a extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja pela ação das armas, escravização dos indígenas, contágio por doenças trazidas dos países distantes, ou, ainda, pela aplicação de políticas visando a "integração" dos índios à nova sociedade dominante, com forte influência européia. Dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI, 2008), mostra que na população Maxakalí no período de 2000 a 2007, as doenças parasitárias e infecciosas representaram a principal causa de morte (20,57%), com um risco de 3,18 para cada 100 índios Maxakalí. A ausência de condições sanitárias, como a inexistência de uma infra-estrutura de destino adequado dos dejetos e de acesso a água de boa qualidade, demonstram uma escassez ou a má administração de recursos públicos para com as populações indígenas do país. Nesse contexto a água quando contaminada pode transmitir agentes patogênicos de doenças bacterianas como a febre tifóide, a febre paratifóide, a disenteria bacilar, as enteroinfecções em geral e a cólera além de doenças virais como as hepatites infecciosas e a poliomielite. Assim, testar os parâmetros de qualidade da água e verificar se estão dentro dos limites estabelecidos para um consumo sem riscos, dentro dos padrões estabelecidos pelo CONAMA (1986), representa tanto um serviço para essas comunidades, quanto um levantamento de um corpo de dados relevantes e necessários à pesquisa de caracterização dessas localidades do ponto de vista social e ambiental.