Resumen:
A presente dissertação tem como objetivo analisar, compreender e mostrar como são vistos pelos professores de um colégio da Companhia de Jesus o protagonismo e a centralidade do estudante no contexto educacional. Busca-se compreender se estes aspectos estão sendo considerados a partir da cura personalis, uma proposta de acompanhamento ao aluno na Rede Jesuíta de Educação (RJE) enquanto práticas visíveis no ambiente escolar. Para que se pudesse chegar ao objetivo proposto nessa dissertação buscou-se como referencial teórico dois importantes pensadores que dialogam sobre o tema com muita propriedade. Escolheu-se Pierre Faure, jesuíta, que refletiu a questão de um processo de ensino e aprendizagem de forma personalizada e Paulo Freire, pedagogo pernambucano, que volta o seu olhar para um acompanhamento preciso por parte do educador como forma de fazer o estudante galgar o seu protagonismo e autonomia. O método de pesquisa escolhido foi o método misto (qualitativo e quantitativo), a partir dos estudos teóricos de Laurence Bardin, Jhon W. Creswell e Vicki L. Plano Clark. Estes autores indicam a utilização, tanto de materiais bibliográficos quanto do levantamento de dados com os sujeitos inseridos na área pesquisada. A partir da aplicação deste recurso metodológico foi realizada uma sondagem nos colégios da RJE localizados em regiões diferentes do Brasil para que, a partir da diversidade no fazer pedagógico, fosse possível averiguar a postura dos educadores para esse desafio que a rede lançou, a partir do Projeto Educativo Comum, qual seja, o incentivo ao protagonismo e centralidade do estudante dentro dos respectivos colégios. Chegou-se às seguintes conclusões: há um movimento significativo de efetivação do protagonismo e centralidade do estudante por parte do corpo docente nos colégios pesquisados; essa efetivação, no entanto, ainda sofre resquícios de uma prática mais centralizadora e tradicional; as escolas oferecem meios para que o protagonismo e a centralidade aconteçam por meio das práticas formativas; há fortes resquícios de uma prática conteudista e com ênfase na aprovação externa, bem como, movimentos de centralismo no professor. Também foi possível perceber que há um reducionismo do acompanhamento na esfera acadêmico-curricular; a necessidade de formação permanente que ajude a aprofundar a dimensão do acompanhamento e que essa formação possa dar-se de forma partilhada com outras unidades escolares da Rede Jesuíta de Educação.