Resumo:
Esta pesquisa se dedica a um estudo que tem por objetivo compreender as mudanças ocorridas nas relações de docentes e discentes, diante do uso das tecnologias digitais (TD), para analisar se existe sofrimento psíquico advindo desse processo, visando (re)pensarmos sua formação docente. A investigação analisa a importância das TD bem como o seu uso no cotidiano da sala de aula e no mundo pessoal, para perceber as dificuldades encontradas e verificar como os discentes e docentes se empenham para resolver essas questões. O estudo se deu em uma instituição de Ensino Superior do Vale do Paranhana - RS, no curso de Pedagogia. A metodologia utilizada foi uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, em que nos utilizamos das narrativas orais e escritas, por meio de coletas online de depoimentos dos discentes da disciplina de Educação e Novas Tecnologias, de questionário online para ambos e de entrevista aberta com os docentes do curso. O aporte teórico fundamenta-se em Nóvoa (1993, 2007 e 2009), Charlot (2006), Arroyo (2011), Cunha (1997, 1998 e 2009) e outros que trabalham a formação docente a partir de uma perspectiva de pensarmos a profissionalidade docente ligada à pessoalidade do professor; em Lemos (2002, 2013), Levy (1988,1999), Castells (2005) e demais pensadores para refletirmos a cultura cibernética e o uso das TD nos ambientes escolares; em Freud (1980a, 1980b e 1980c), Aguiar e Almeida (2008), Codo(1999) e outros teóricos que se debruçam em analisar o sofrimento psíquico, o mal-estar na educação. A interpretação dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo de Bardin (2004). Os resultados apontam que tanto discentes quanto docentes são perpassados por sofrimento psíquico, aparecendo sentimentos de angústia, medo e frustração, além de apontar a necessidade de espaços de formação permanentes diante das mudanças aceleradas e de políticas para a efetivação do uso das TD nas instituições.