Abstract:
Os ostracodes são uma importante ferramenta para a compreensão da evolução geológica na Bacia Sergipe-Alagoas. Eles apresentam um grande potencial para elucidar questões biocronoestratigráficas, paleoecológicas e paleobiogeográficas para as bacias marginais brasileiras. Este estudo documenta a importância dos ostracodes para inferir as variações relativas do nível do mar e como estas influenciam nas mudanças paleoambientais durante o intervalo Albiano–Turoniano. O estudo foi desenvolvido a partir da análise integrada do registro de biofácies de ostracodes, sua correlação com outros grupos de microfósseis, sequências estratigráficas e dados geoquímicos disponíveis. Das 52 espécies reportadas em 31 gêneros, cinco espécies novas foram descritas, bem como o primeiro registro do limite Albiano superior–Cenomaniano com ostracodes para a Bacia Sergipe-Alagoas. A variabilidade na composição da fauna de ostracodes permitiu determinar três ciclos transgressivos-regressivos de 4a ordem. Além disso, as três superfícies de máxima regressão estão correlacionadas com a curva eustática do nível do mar. A espécie Eucytherura amoriensis pode ser considerada como biomarcador indicando paleoambientes de transição entre a plataforma carbonática e o talude da Formação Riachuelo. A análise quantitativa dos gêneros globais de ostracodes para o Albiano–Cenomaniano identificaram três unidades paleogeográficas (Megatethys, Persia e Austral) e uma subunidade paleobiogeográfica (Maghreb). Cada unidade foi relacionada com as províncias de ostracodes já estabelecidas na literatura, assim como sua relação com as zonas climáticas. Os fatores principais que afetaram a distribuição dos ostracodes estão relacionados principalmente aos eventos eustáticos do nível do mar e o padrão de circulação oceânica. O estudo foi desenvolvido na forma de três artigos, sendo um já publicado (Journal of South American Earth Sciences), em pocesso de revisão (Marine Micropaleontology) e o terceiro que será submetido à Cretaceous Research.